A corrupção nossa de cada dia
Três notícias de hoje relatam que houve um aumento considerável na farra das emendas parlamentares que destinam verbas públicas federais para empresas de fachada e que a população brasileira não só considera o problema da corrupção como “muito grave” como entende que a corrupção aumentou nos últimos anos.
O povo não é burro. Estamos em situação paralela com as favelas ocupadas por traficantes no Rio e no Brasil afora. Os corruptos tomaram de assalto os cofres públicos como os traficantes tomaram vastos territórios nas maiores cidades brasileiras.
E, neste caso, não convém chamar as Forças Armadas. Neste caso quem deve retomar os territórios ocupados é a própria sociedade, com uma cobrança diuturna para que os casos descortinados não caiam na impunidade geral, triste regra que se instaurou no país, bem como com a criação de controles para evitar o aparecimento de novos casos.
O modelo político brasileiro, com sua corrupção incontrolável, impede qualquer projeto de futuro. Podemos melhorar aqui e acolá, pontualmente, mas nunca sairemos do subdesenvolvimento se não atacarmos a corrupção com participação e cobrança eficiente da sociedade civil.
Emendas para esquema fraudulento cresceram 2.351%
O esquema de pagamento de verbas federais a entidades de fachada – que derrubou o senador Gim Argello (PTB-DF) da relatoria do Orçamento de 2011 após denúncia do Estado – é um verdadeiro hit entre os parlamentares. O governo obteve sinais da farra, mas não conseguiu tampar o ralo. A previsão de gastos em promoção de eventos para divulgação de turismo interno em 2010, que originalmente era de R$ 32,6 milhões, saltou para R$ 798,8 milhões após receber 577 emendas de parlamentares.
O levantamento foi realizado pela ONG Contas Abertas. Houve um aumento de 2.351% no montante das emendas. Coisa semelhante ocorreu com as verbas para outra ação, “fomento a projetos de arte e cultura”. A proposta de R$ 116,9 milhões foi turbinada para R$ 391,5 milhões, um aumento de 235%, graças a 258 emendas.
“Houve uma verdadeira febre dos parlamentares para fazer emendas nessas ações”, disse o fundador e secretário-geral da Contas Abertas, Gil Castello Branco. Ele suspeita que a causa não é o inconformismo dos parlamentares com o descaso do Executivo em relação ao turismo interno e às manifestações culturais. “Elas configuram um ralo por onde há uma corrupção bilionária relacionado a repasses de verbas via ONGs.”
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