sexta-feira, 7 de julho de 2017

Por um programa mínimo de transição e outro, mais profundo, para o completo fortalecimento da democracia.


Grande lucidez do jurista e petista paranaense Claudio Ribeiro, nas marcas da história:

"Nos limites do institucional, a luta pelas ‘Diretas Já’ é essencial; entretanto, devemos estar alertas e preparados para não repetirmos acontecimentos não tão distantes. 

Em 1984, a mesma campanha, em que as mobilizações foram significativamente maiores, transformou-se num ‘concerto’ do próprio regime e acabamos com ‘José Sarney’ à frente do executivo federal. 

Em todos os cenários, é óbvio também que todos nós ‘imaginamos’ quem deve ser eleito presidente do País. No entanto não avançamos para o porquê; e com este invisível horizonte podemos cair na mesma arapuca da transição comandada pelos donos efetivos do poder. 

Isto tudo nos impõe a construção de um programa mínimo de transição e outro, mais profundo, para o completo fortalecimento da democracia. 

É nosso dever apontarmos com clareza quais mudanças estruturais são indispensáveis, desde o sistema de representação popular até as reformas que nos levem ao desenvolvimento econômico, à superação do desemprego, distribuição de rendas e eliminação do abismo das desigualdades, além do nosso fortalecimento enquanto nação soberana marcada por relações intersociais mais justas, mais humanas, intensamente solidárias, um novo modo de viver. 

Se não tomarmos a dianteira nesse processo, seguramente a elite patrimonialista brasileira, a burguesia interna, assumirá as rédeas de uma solução projetada nas mesas e nos marcos da conciliação e arquitetada sobre os destroços de nosso naufrágio."



Luelena Cunha Facebook

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