segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
Escola integral’ vai mudar a vida de duas mil crianças paraibanas
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Na semana passada a autônoma Mércia da Cruz Diniz procurou a Escola Municipal Alice Gaudêncio, no bairro Castelo Branco, em Campina Grande, para matricular suas duas filhas: Estequésia da Cruz Diniz, de 10 anos, e Ruthkelly da Cruz Diniz, 8 anos. Além de ter garantido a vaga das filhas na escola, ela teve mais uma boa notícia. A partir deste ano, o educandário será um dos 20 estabelecimentos de ensino do município a oferecer aulas em tempo integral.
A iniciativa é um resultado de uma parceria entre os governos municipal e Federal, através do Ministério da Educação (MEC) e do Programa ‘Mais Educação’. A proposta tem por objetivo oferecer a cerca de dois mil alunos o desenvolvimento de atividades educativas no chamado ‘contra turno’. As escolas que aderiam ao programa estão, em sua maioria, localizadas em comunidades carentes do município e a maior parte delas ainda possuem vagas de novas matrículas para o ano letivo.
Com isso, a expectativa dos educadores é que ao invés de ficarem expostas ao contato com o tráfico de drogas, à prostituição e correrem o risco de se transformar em vítimas da violência, as crianças aproveitem o ‘tempo livre’ para aprimorar e desenvolver suas potencialidades. Os alunos que estudam até o 9º ano do Ensino Fundamental pela manhã e estiverem inseridos no programa, por exemplo, participarão das oficinas à tarde. O inverso acontece com aqueles do turno da tarde.
O programa começará a funcionar junto com o início do ano letivo deste ano, no dia 4 de fevereiro, mas antes de colocar em prática as atividades os gestores e professores das escolas beneficiadas irão realizar uma espécie de ‘radiografia’ dos alunos de cada escola. A partir desse estudo, serão identificados os estudantes que se encontram em situação de risco social ou tenham dificuldades de assimilar os conteúdos acadêmicos. Em cada escola serão selecionados 100 alunos. Na rede municipal de ensino do município, atualmente, estudam aproximadamente 30 mil alunos, até o 9º ano do Ensino Fundamental.
“Isso é bom. Até hoje minhas filhas estudaram aqui e não tenho de que reclamar, mas no período em que elas não estão na escola realmente ficam sem ter atividades para fazer. A única que posso fazer é colocar elas pra estudar e, às vezes, participar de um conjunto musical de nossa igreja, aqui mesmo no bairro”, contou Mércia, demonstrando esperança de que suas filhas sejam incluídas no programa.
Na Alice Gaudêncio a estrutura ainda carece de melhoramentos. Na escola estudam aproximadamente 350 alunos, conforme os funcionários, que são distribuídos em seis salas de aula. No entanto, segundo a Secretaria de Educação campinense algumas unidades de ensino que aderiram ao programa irão passar por reformas e serem adequadas às necessidades do ‘Mais Educação’. “Nós estamos tentando fazer essas adequações. Mas a proposta é termos também parcerias com a sociedade civil. Esses alunos podem fazer a jornada escolar ampliada nas dependências ou fora da escola. O aluno vai ter formação pedagógica e cidadã, o que para alunos de vulnerabilidade social significa que ele não vai estar no meio da rua”, ressaltou o secretário de educação de Campina Grande, professor Flávio Romero.
De acordo com o MEC, em âmbito nacional a prioridade é atender escolas que apresentam baixo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB), situadas em capitais e regiões metropolitanas. As atividades tiveram início em 2008, com a participação de 1.380 escolas, em 55 municípios brasileiros. Ano passado o programa já beneficiou 1,5 milhão de estudantes em todo o país. Para o desenvolvimento de cada atividade, o governo federal repassa recursos para pagamento de monitores, materiais de consumo e de apoio. As escolas beneficiárias também recebem conjuntos de instrumentos musicais, equipamentos para a montagem de rádios escolares e materiais para a execução das atividades.
PB 1
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