quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Conselho Nacional de Justiça determina afastamento do corregedor-geral do TJ-RJ



Por unanimidade, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou nesta terça-feira a abertura de processo administrativo disciplinar contra o desembargador Roberto Wider, também corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro. O CNJ determinou o afastamento dele de suas funções de corregedor.

Em seu voto, o corregedor nacional de Justiça, ministro Gilson Dipp, alegou haver indícios de irregularidades em atos praticados por Wider em cartórios extrajudiciais do Estado. O desembargador é amigo íntimo do empresário e estudante de Direito Eduardo Raschkovsky, suspeito de usar sua influência junto a magistrados para negociar sentenças segundo denúncias veiculadas pelo jornal O Globo no ano passado.

De acordo com o jornal, Raschkovsky é sócio de doleiros investigados pela polícia e envolvido em manobras do Grupo Opportunity, do banqueiro Daniel Dantas. O empresário também foi acusado reservadamente por políticos e um advogado de pedir valores entre R$ 200 mil e R$ 10 milhões para protegê-los de decisões sobre impugnação de candidaturas e cassação de mandatos.

Em nota publicada na época, Wider disse que "nada deve e nada teme". "Repudio, uma vez mais, o teor insano e calunioso dessas reportagens com minha máxima veemência e desassombro. Como julgador, confio na Justiça e guardo para mim a mais firme convicção de que tudo será completamente esclarecido".

O CNJ decidiu que hoje Wider deve ficar afastado preventivamente das funções de corregedor e desembargador enquanto durar o processo disciplinar, que aprofundará a inspeção feita pela Corregedoria Nacional de Justiça, instaurada em 16 de novembro de 2009. O corregedor Dipp disse que o processo disciplinar será conduzido por um conselheiro relator do CNJ, ainda a ser designado.

Agência Brasil

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