sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Talvez hoje já não se faça mais Generais como antigamente.

Os Generais e os Generais

Sylvio Massa de Campos

O Gal. Mourão, Vice-Presidente da República acaba de anunciar que o Presidente Bolsonaro, pretende privatizar a BR-Distribuidora, a segunda maior empresa nacional em faturamento e importante subsidiaria da também vitoriosa Petrobrás, fracionando a integração consagrada no mundo do petróleo, ”Do Poço ao Posto”.

Não sabem eles que a BR-Distribuidora foi penosamente construída, principalmente, pela ação patriótica de três Generais: General Ernesto Geisel, General Yvan de Souza Mendes e General Pio dos Santos.

Era necessário garantir o abastecimento de combustíveis em qualquer ponto do território nacional, aos menores custos e com a garantia de qualidade dos produtos. E isso foi plenamente alcançado.

À época, eu ocupava a função de Superintendente de Distribuição e sob a orientação segura daqueles patriotas, entre outros, criamos uma empresa moderna, com um modelo de gestão pioneiro e obrigamos as multinacionais que atuavam no país a se modernizarem, em pleno mercado livre de concorrência acirrada, como ocorre até aos dias de hoje. Espalhamos a bandeira da Empresa-Verde/Amarela - por todo o pais.

Os resultados financeiros da BR-Distribuidora ao longo do tempo, apropriados pela Petrobrás, à minha época, reforçaram o seu fluxo de caixa e os seus investimentos nas áreas de risco, em busca da nossa autossuficiência em petróleo. E isso também foi plenamente alcançado.

Não encontro na história das nações, quer avançadas, quer dependentes, no passado ou no presente, a facilidade com que as classes dirigentes no Brasil, a sua elite, a sua burguesia, a sua classe média, promovem a entrega de seus símbolos, de seus ativos rentáveis, de seus suados patrimônios materiais e tecnológicos, de seus recursos naturais e esgotáveis, ao sabor de um novo modismo da teoria política econômica, apenas aplicáveis aos países periféricos, em detrimento do futuro e do bem estar do seu povo .

Atribuem a Von Clausewitz a reflexão de que os patriotas morrem pela Pátria e os nacionalistas matam em sua defesa. No Brasil de ontem, em ambos os casos , isso foi verdadeiro. No Brasil de hoje, morre-se e mata-se sem que a Pátria seja defendida.

Tenho a certeza de que os Generais de hoje vão refletir sobre o destino das reservas de petróleo da Petrobrás e de sua estrutura empresarial e respeitar o que os Generais de ontem, ao lado do povo, defenderam e construíram.

Sylvio Massa de Campos
Economista e Aposentado da Petrobrás
Ex-Superintende de Distribuição da Petrobrás
Ex-Diretor Comercial da Petrobrás Distribuidora

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